Problemas de saúde do Gato Persa

Problemas de saúde do Gato Persa

O Gato Per­sa moder­no bra­qui­cefá­li­co tem uma cabe­ça gran­de e ar­re­don­da­da e uma ca­ra e fo­ci­nho cur­tos. Es­sa con­for­ma­ção fa­ci­al tor­na a ra­ça pro­pensa a pro­ble­mas res­pi­ra­tó­rios, pro­ble­mas de pe­le e o­lhos, e di­fi­cul­da­des no par­to. As a­no­ma­li­as a­na­tô­mi­cas as­so­cia­das às ra­ças bra­qui­ce­fá­li­cas po­dem cau­sar di­fi­cul­da­de pa­ra res­pi­rar. Du­tos la­cri­mais mal­for­ma­dos po­dem cau­sar e­pí­fo­ra, um de­rra­ma­men­to de lá­gri­mas no ros­to, que é co­mum, mas prin­ci­pal­men­te es­té­ti­co. En­tro­pi­ão, do­bran­do pa­ra den­tro das pál­pe­bras, faz co­m que os cí­lios ro­cem a cór­nea e po­de cau­sar la­cri­me­jamen­to, dor, in­fe­ção e da­nos à cór­nea. De for­ma simi­lar, no tri­quí­ase da pál­pe­bra su­pe­rior ou tri­quí­ase do sul­co na­sal, os cí­lios/pe­los da pál­pe­bra e os pe­los do sul­co na­sal cres­cem de for­ma a ro­çar a cór­nea. A dis­tó­cia, um par­to a­nor­mal ou di­fí­cil, é re­la­ti­va­men­te co­mum nos per­sas. Co­mo re­sul­ta­do, a ta­xa de ga­ti­nhos mor­tos é mai­or do que o nor­mal, va­ri­an­do de 16,1% a 22,1%, e um es­tudo de 1973 si­tua a ta­xa de mor­ta­li­da­de dos ga­ti­nhos (in­cluin­do os ga­ti­nhos mor­tos) em 29,2%. Um es­tudo ve­te­ri­ná­rio de 2010 do­cu­men­tou pro­ble­mas gra­ves de sa­ú­de cau­sa­dos pe­lo crâ­nio bra­qui­cefá­li­co.
Os per­sas têm pro­ble­mas de sa­ú­de he­re­di­tá­ri­os que po­dem ser pre­o­cu­pan­tes. Es­tes in­clu­em do­en­ça re­nal po­li­quís­ti­ca (PKD), atro­fia pro­gres­si­va da re­ti­na (PRA), car­di­o­mi­o­pa­ti­a hi­per­tró­fi­ca (HCM), cál­cu­los na be­xí­ga, cis­ti­te (in­fe­ções na be­xí­ga) e des­vi­os he­pá­ti­cos. Cri­a­do­res res­pon­sá­veis to­mam me­di­das pa­ra e­vi­tar es­ses pro­ble­mas.
A do­en­ça re­nal po­li­quís­ti­ca é uma con­di­ção he­re­di­tá­ria que cau­sa de­ge­ne­ra­ção cís­ti­ca nos rins e, even­tu­al­men­te, dis­fun­ção re­nal. Po­de a­fe­t­ar um ou am­bos os rins. Os si­nais da do­en­ça a­pa­re­cem in­ci­al­men­te en­tre os 7 e 10 a­nos de i­da­de, em­bo­ra em al­guns ga­tos pos­sa a­pa­re­cer mui­to an­tes. Cri­a­do­res con­fi­á­veis tra­ba­lham pa­ra es­ta­be­le­cer pro­gra­mas de cri­a­ção li­vres de PKD. Pe­ça ao cri­a­dor pro­vas de que os dois pais do ga­ti­nho es­tão li­vres de cis­tos re­nais, que po­dem ser de­tec­ta­dos por mei­o de ul­tras­som.
Exis­te uma for­ma he­re­di­tá­ria de a­tro­fia pro­gres­si­va da re­ti­na que o­cor­re em per­sas, em­bo­ra sua pre­va­lên­cia se­ja des­co­nhe­ci­da. Em per­sas, a a­tro­fia pro­gres­si­va da re­ti­na cau­sa pro­ble­mas de vi­são no in­í­cio da vi­da, en­tre qua­tro e oi­to se­ma­nas de i­da­de, e e­vo­lui ra­pi­da­men­te. Os ga­tos po­dem fi­car to­tal­men­te ce­gos aos 15 se­ma­nas de i­da­de. Tal­vez você te­nha ou­vi­do que a a­tro­fia pro­gres­si­va da re­ti­na em ga­tos per­sas se li­mi­ta à­que­les das li­nha­gens de cho­co­la­te ou de pon­tos (Hi­ma­lai­os), mas em um es­tudo re­cen­te, es­sas as­so­ci­a­ções não fo­ram en­con­tra­das. Is­so si­gni­fi­ca que a a­tro­fia pro­gres­si­va da re­ti­na po­de ser mais ge­ne­ra­li­za­da na ra­ça do que a­tual­men­te se a­cre­di­ta. Um es­tudo es&tshy;á sen­do con­du­zi­do pa­ra de­ter­mi­nar qual ge­ne cau­sa a do­en­ça e de­sen­vol­ver um tes­te ge­né­ti­co pa­ra i­den­ti­fi­car ga­tos por­ta­do­res des­sa do­en­ça. Co­mo mu­i­tas ou­tras ra­ças cru­za­m com per­sas, pro­ble­mas de sa­ú­de co­mo a a­tro­fia pro­gres­si­va da re­ti­na po­dem se es­pa­lhar ra­pi­da­men­te e a­mpli­a­men­te pa­ra ou­tras ra­ças.
Assim como ocorre em cães, a displasia do quadril afeta raças maiores, como os persas. No entanto, o pequeno tamanho dos gatos faz com que não sejam tão afetados por essa condição. Os persas são propensos à maloclusão (má oclusão dental), o que pode afetar sua capacidade de agarrar, segurar e mastigar os alimentos. Mesmo sem essa condição, o rosto plano do gato persa pode dificultar a alimentação, a ponto de empresas de alimentos para animais terem criado croquetes com um formato especial para atender às necessidades dos persas.
Lembre-se de que, depois de levar para casa um novo gatinho, você tem o poder de protegê-lo de um dos problemas de saúde mais comuns: a obesidade. Manter um persa com peso adequado é uma das maneiras mais simples de proteger sua saúde geral. Aproveite suas habilidades preventivas para ajudar a garantir um gato mais saudável ao longo da vida.

Gato Persa no veterinário
Cortesia de tonodiaz em Freepik

Outras afe­ções às quais os ga­tos per­sas são pro­pensos es­tão li­stadas a­baixo:

  • Derma­to­lógicas - seborreia pri­má­ria, crostas pe­ri­o­cu­la­res idiopá­ticas, derma­to­fitose (ti­nha), pio­der­ma nos pre­gas fa­ciais, derma­ti­te fa­cial idiopá­tica (co­nhe­ci­da co­mo sín­drome da ca­ra su­ja), múl­ti­plos cis­tos epi­tri­ci­ais (pál­pe­bras)
  • Ocu­lares - co­lo­bo­ma, a­pla­sia do pon­to la­cri­mal, se­ques­tros da cór­nea, ca­ta­ra­tas con­gê­ni­tas
  • Uri­na­ris - uro­li­tí­ase de oxa­la­to de cálcio (do­en­ça do tra­to uri­ná­rio in­fe­ri­or fe­li­no)
  • Re­pro­du­ti­vos - cri­ptor­qui­dia
  • Gas­tro­in­tes­ti­na­is - de­ri­va­ção por­to­s­sís­te­mi­ca con­gê­ni­ta, do­en­ça he­pá­ti­ca po­li­cís­ti­ca con­gê­ni­ta (as­so­ci­a­da a PKD)
  • Car­di­o­vas­cu­la­res - hér­nia dia­fra­gmá­ti­ca pe­ri­to­ne­o­pe­ri­car­dí­ca
  • In­mu­no­ló­gi­cas - lú­pus e­ri­te­ma­to­so sis­tê­mi­co
  • Neu­ro­ló­gi­cas - al­fa-ma­no­si­do­se
  • Neoplásicas - carcinoma de células basais, tumores das glândulas sebáceas
  • Lágrimas excessivas
  • Problemas oculares como olho de cereja
  • Sensibilidade ao calor
  • Predisposição à tinha, uma infecção fúngica

Embora esses problemas de saúde sejam comuns, muitos gatos persas não apresentam nenhum desses problemas.

Todos os ga­tos têm o po­ten­cial de de­sen­vol­ver pro­ble­mas de sa­ú­de ge­né­ti­cos, da mes­ma for­ma que to­das as pes­so­as têm o po­ten­cial de he­dar uma do­en­ça es­pe­cí­fi­ca. Qu­al­quer cri­a­dor que a­fir­me que sua ra­ça não tem pro­ble­mas de sa­ú­de ou ge­né­ti­cos es­tá men­tin­do ou não pos­sui co­nhe­ci­men­tos so­bre a ra­ça. Fu­gir, não com­prar, de qu­al­quer cri­a­dor que não ofe­re­ça uma ga­ran­tia de sa­ú­de pa­ra os ga­ti­n­hos, que di­ga que a ra­ça es­tá 100% sa­u­dá­vel e não pos­sui pro­ble­mas co­nhe­ci­dos, ou que di­ga que seus ga­ti­n­hos es­tão iso­la­dos do res­to do lar por ra­zões de sa­ú­de.
Os persas de­vem ser sa­u­dá­veis e vi­go­ro­sos, ca­pa­zes de res­pi­rar nor­mal­men­te e pro­du­zir a­pe­nas quan­ti­da­des nor­mais de lá­gri­mas. Em­bo­ra os persas não a­pre­sen­tem pro­ble­mas res­pi­ra­tó­ri­os evi­den­tes, as ra­ças de ca­ra a­cha­ta­da são sen­sí­veis ao ca­lor. Eles pre­ci­sam vi­ver com con­for­to em am­bi­en­tes com ar-­con­di­ci­o­na­do, pro­te­gi­dos das al­tas tem­pe­ra­tu­ras. Te­nhem em men­te que mui­tas com­pa­nhias aé­re­as não os trans­por­ta­rão no com­par­ti­men­to de car­ga (o que tam­bém não é re­co­men­da­do por ou­tras ra­zões) de­vi­do ao seu po­ten­ci­al de so­frer an­gús­tia res­pi­ra­tó­ria ou até mes­mo mor­te em con­di­ções es­tres­san­tes.

A ex­pec­ta­ti­va de vi­da do ga­to per­sa va­ria en­tre 12 e 17 a­nos. A mé­dia de vi­da de um ga­to per­sa é de a­pro­xima­da­men­te 14 a­nos.

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